12.10.06

NHA TERRA

Em tempos pensei agradecer aos tropas que estiveram na Guiné-Bissau o terem ajudado a manter a guerrilha (como lhe chamavam) em zonas longe da capital.

Mas há muito tempo que sei que aquele era o espaço de todos nós (brancos e pretos), era tanto a minha terra como a dos que lá viviam. Ainda hoje admiro o Amílcar Cabral, só tenho muita pena que as gentes actuais tenham deixado descambar a minha terra e não a tenham amado como deveria ser amada. Não amem cada pedacinho de terra, de mar, de rio lamacento, de pântanos, de lagos com nenúfares, de verde até perder de vista, do cheiro da chuva a bater em bátegas na poeira vermelha das estradas do interior.

No fundo as nossas vidas são manobradas por outros que, por azar das circunstâncias, têm mais poder do que nós; pelo momento histórico que nos tolda o pensamento...

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