22.10.06

ALIMENTAR / ELEMENTAR

As crianças têm sede de conhecimento e fome também.
Pergutam: "como apareceu o primeiro homem?", "pode cair um meteorito na terra?", "porque é que morremos?".
Tanta fome, tante sede.
Não há respostas certas para algumas perguntas. As respostas vão sendo decobertas pelas crianças ao longo da vida.

É preciso saciar-lhes a fome. Mas como?
O bebé tem fome de leite. A mãe alimenta-o. Segura-o, aconchega-o no colo, olha-o com ternura e dá-lhe mama (ou biberão). A mãe deseja aquele momento de ternura, aquela ligação especial. O bebé também o deseja pelo saciar da fome e pelo prazer total.

A alimentação é uma experiência única que envolve o alimento, o toque, o cheiro, o olhar, os sons (inclusivé a voz materna). Não é só meter comida ou leite pela goela aberta do bebé. Se assim é deixa de ser uma experiência completa que envolve emoções e sentimentos para passar a ser apenas algo funcional: toma lá, já está.

Já vi disto. E era assim. O bebé estava deitado numa cadeirinha no chão de uma sala de espera. A mãe pegou no biberão e colocou-o na boca do bebé, sustentando-o com a ajuda de uma fralda. E o bebé ali ficou sem que a mãe o olhasse, sem que o tocasse, sem sentir o cheiro dela. A alimentação para ele era apenas uma função de encher o estômago.

Parece-me que o mesmo se passa com o conhecimento. Temos sede e fome de conhecimento. Por vezes temos substitutos das mães e dos pais que apenas nos apresentam o conhecimento de uma forma muito funcional: toma lá, já está, espero que aprendas.

A educação é também uma experiência única e completa.

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